Poema

O soneto de Luís de Camões, que começa com o verso "A formosura desta fresca serra", descreve uma paisagem natural rica e harmoniosa, onde a serra, os castanheiros, os ribeiros e o pôr do sol compõem um cenário de grande beleza. Contudo, apesar da exuberância da natureza, o eu poético sente tristeza na ausência da amada. Este contraste entre a beleza natural e o sentimento interior realça a profunda ligação entre o ser humano e o ambiente que o rodeia.
Esta ligação pode ser transposta para o presente, onde o desenvolvimento sustentável surge como um apelo à preservação dessa "fresca serra" — da natureza enquanto espaço de vida, de memória e de sentido. Assim como Camões via na natureza uma fonte de beleza e consolo (ainda que ofuscada pela ausência amorosa), hoje compreendemos que sem equilíbrio ecológico, mesmo o progresso se torna vazio. A serra verde, os rios limpos e os céus abertos evocam a importância de proteger o nosso património natural para que continue a inspirar, acolher e alimentar as futuras gerações.
